Rise of the Ronin - ou A Ascensão de Ronin, em português - é o novo jogo exclusivo do PlayStation 5 (PS5). O RPG, desenvolvido pela Team Ninja, da Koei Tecmo de títulos como Nioh e Ninja Gaiden, traz uma gameplay de ação e aventura que lembra bastante games souls-like, sobretudo no combate, bastante estratégico e desafiador mesmo com adversários mais fáceis. O título se passa no Japão em meados do século XIX, final do período Edo, em que o Xogunato considera uma abertura comercial maior com o Ocidente. Portanto, itens característicos da Revolução Industrial Europeia, além de estilos de luta dos EUA dão as caras durante a aventura, assim como adversários estrangeiros e defensores desse processo.
Você controla um Ronin, ou seja, um Samurai sem mestre, que busca respostas para um acontecimento chave de sua vida - isso em meio à disputa entre expulsionistas e japoneses favoráveis à chegada de nações imperialistas no Japão, ainda com resquícios feudais e uma cultura bem forte. Veja, a seguir, uma análise completa de Rise of the Ronin, e saiba como chega o principal exclusivo de PS5 em 2024.
Rise of the Ronin: veja gameplay e guia do novo jogo exclusivo de PS5
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Começando o jogo
Apesar da semelhança com títulos como Elden Ring e Dark Souls, Rise of the Ronin oferece diferentes níveis de dificuldade, e pode ser apenas desafiador o suficiente para quem quiser explorar sem tantos problemas pelo caminho. São três opções, e os testes foram feitos na dificuldade média, suficiente para desafiar - sobretudo no início do game -, mas com um desenvolvimento até bem rápido em relação a títulos soulslike.
O RPG traz características clássicas do estilo: uma árvore de habilidades que engloba atributos de combate, negociação e exploração, uma evolução gradual que acontece de acordo com o seu desempenho ao enfrentar os desafios pelo mapa, além de customização vasta dos personagens envolvidos.
Aqui, vai um spoiler: você tem duas opções de protagonista, e precisa personalizar dois gêmeos quando começa a jogar. O (ou a) protagonista e sua Lâmina Gêmea são sobreviventes de um massacre em sua vila de origem, mas foram salvos por uma Forjadora do clan Kurosu, que os treina nas artes da Espada Secreta para combater o Xogunato. Em algum momento da trama, um dos gêmeos precisa ser selecionado como o principal, ou seja, aquele com quem você vai explorar o Japão ao longo do game.
Combate estratégico bem interessante
Os primeiros passos com espadas em mãos pode ser complicado, já que o título tem um combate muito bem trabalhado. A dica é usar e abusar do parry, ou seja, bloquear os ataques inimigos no momento certo para deixá-los vulneráveis e, então, contra-atacar. Essa tática é bem comum em games soulslike, assim como o dodge, desvio das investidas adversárias para pegá-los desprevenidos em outra posição - algo bem útil também em Rise of the Ronin.
São diferentes tipos de espada, indo desde Katanas e Odachis até Sabres e Baionetas, mais comumente utilizadas por inimigos estrangeiros pelo mapa. Como de costume, vale a pena explorar as opções no início, mas, para evoluir de fato, é importante escolher pelo menos duas categorias principais para melhorar seus equipamentos e suas técnicas. Entre as possibilidades estão espadas mais pesadas e lentas, mas com dano maior, assim como lâminas leves e rápidas, mas que vão exigir maior mobilidade do personagem na hora de lutar.
Aqui, assim como acontece em outro (antes) exclusivo do PS5 com temática japonesa, você também pode desbloquear e evoluir em estilos de luta, sendo possível selecionar três deles para alterar em meio aos combates. Essas técnicas diferentes vão fazer a diferença em lutas contra determinados Samurai, e o jogador precisa analisar quem vai enfrentar para selecionar a opção que dará vantagem no duelo. Há tanto estilos japoneses quanto estrangeiros, como técnicas militares dos Estados Unidos com os sabres, entre outros.
Na parte visual, os combates são bastante sangrentos, com direito a desmembramentos, decaptações e outros cortes com uma pegada um pouco realista demais. Ao quebrar a defesa de um adversário, por exemplo, você tem a opção de finalizar, o que vai render um braço cortado, um banho de sangue na tela e mais situações. Em um dos embates, a cabeça de um inimigo veio na direção da câmera, algo que pode ser um problema para alguns jogadores - e um atrativo e tanto para outros.
E a exploração?
Além do combate em si, o jogador precisa explorar áreas de um Japão em contato recente com o ocidente. Isso permite ao jogador aproveitar algumas invenções que chegaram com a Revolução Industrial do Ocidente, como uma câmera fotográfica, um Glider para planar ao pular do topo de montanhas e construções, além de armas e tubos de fogo.
Você também conta com um cavalo, que pode ser trocado e customizado conforme você avança na história. Aqui, a gameplay lembra um pouco a de Red Dead Redemption 2, sendo possível selecionar locais no mapa para cavalgar automaticamente, coletando itens pelo caminho e enfrentando algumas situações de bug - ao menos nessa versão de preview.
Mas, a melhor e mais prática forma de circular pelo mapa em Rise of the Ronin é a viagem rápida pelos Veiled Edge Banners, ou Estandartes da Espada Secreta, em português. Portanto, aqui vai uma dica: ao avançar pelas diferentes áreas, procure sempre um desses checkpoints para levantar a bandeira e garantir um ponto de partida mais próximo. Isso vai facilitar sempre que você morrer em combate ou tiver uma missão por perto.
A versão do Japão vista em Rise of the Ronin traz bastantes opções de comércio, incluindo Estábulos, Ferreiros, Boticárias, entre outros exemplos. Ao derrubar inimigos e cumprir missões, você recebe itens que podem ser revendidos por dinheiro, moedas de prata - mais raras e valiosas -, cartas com pontos de habilidade, entre outros. Você pode vender, desmontar e utilizar os materiais para melhorar suas armas, assim como dar determinados itens como presente aos personagens que vão aparecendo ao longo da história. Esse, inclusive, é outro ponto importante para evoluir seu protagonista.
Relações são importantes
As relações construídas em ROTR dão vantagens em duelos, itens e também direcionam o desenrolar da trama. Vale lembrar que o jogador vai encontrar tanto gente pró Xogunato quanto quem é contra a continuação do sistema político atual, que está cedendo ao imperialismo estrangeiro. Então, ficar em cima do muro só é bom até certo ponto.
Um exemplo de quando isso é positivo se dá em duelos cooperativos. Há missões feitas especificamente em duplas ou trios, em que você pode selecionar um ou dois personagens entre os seus relacionamentos para ajudar na batalha. Durante essas fases, é possível alternar entre o protagonista e seus amigos, que vão desde Samurais treinados em diferentes artes a capitães do exército estadunidense em terras japonesas.
Portanto, situações curiosas como invadir um consulado para uma missão anti-xogunato contando com a ajuda de um militar estrangeiro, beneficiado pela política atual do game, pode acontecer. Além disso, é importante dizer: você pode controlar esses companheiros de luta, mudando a qualquer momento ao pressionar L1 + seta para baixo.
E o multiplayer?
Rise of the Ronin traz um modo cooperativo bem interessante. Nas missões citadas acima, você pode contar com players reais para ajudar nos duelos, além de organizar partidas do zero para lutar com seus amigos. Há diversas habilidades desbloqueáveis que são voltadas para essa opção de gameplay, com itens que dão vantagens não só ao jogador, mas também a seus companheiros, melhorias pontuais garantidas pelo desenvolvimento diferente de um player para o outro, entre outros exemplos.
Na exploração também é possível encontrar com personagens criados por jogadores reais, mas não se tratam dos próprios players - apenas de suas criações no game. Você pode enfrentá-los para conseguir itens, mas sob pena de ser perseguido pelas forças de segurança locais. Esses duelos costumam ser mais desafiadores, já que são outros protagonistas com habilidades tão trabalhadas quanto as suas.
Também é possível salvar alguns Samurai presos por bandidos em missões para restabelecer a ordem local. Nesses casos, você salva o personagem, que pode ser tanto genérico criado pelo game quanto um avatar real de outro jogador. Mas, não é a única cooperação offline proporcionada pelo jogo: você também pode enviar e receber itens, moedas, entre outras vantagens, por meio de Cãos Peregrinos.
Cães e gatos
Esses cães peregrinos são, basicamente, Chau-Chaus fofinhos que ficam circulando pelo mapa com uma bolsinha de moedas no pescoço. Os dogs trazem nomes de users reais consigo e, ao receberem um carinho, rendem uma moeda de prata para o jogador. Você também pode enviar dinheiro com seu próprio Chau-Chau peregrino para receber (ou não) itens em troca, que ficam disponíveis em seu alojamento.
Outra interação curiosa com pets é a coleção de gatos que você vai fazendo pelo jogo. Há gatinhos sinalizados pelo mapa que precisam ser acarinhados como uma espécie de sidequest, em que você desbloqueia itens com uma das relações feitas no jogo. Também é possível “alugar” os bichinhos para missões específicas, o que vai lhe render dinheiro. Essa troca rende situações engraçadas, em que você acaba de decapitar um adversário e, logo em seguida, faz um carinho no Chau-Chau ou corre atrás de um gatinho frajola para deixá-lo ronronando em seus braços. Isso em alguns minutos, claro.
Gráficos e ambientação
Fizemos o teste de Rise of the Ronin em duas situações: priorizando FPS e, depois, os gráficos. Em ambos os casos, os visuais são interessantes, mas chama atenção a mecânica do jogo, um pouco “descompromissada” do realismo - algo de certa forma incomum em games exclusivos do PS5. Os movimentos de personagem, os combates e outras características lembram muito a experiência de jogar Elden Ring, por exemplo, e a sensação é de que também há uma liberdade maior em Rise of the Ronin.
Em termos de ambientação, o Japão do século XIX está muito bem representado. Com Yokohama como cidade principal na primeira parte do game, por exemplo, é possível ver o Monte Fuji ao fundo com belíssimas vistas, além de templos e pontos turísticos reais que são encontrados pelo mapa. As quests de fotografia, por exemplo, envolvem capturar paisagens marcantes e locais sagrados pela região, permitindo ao jogador apreciar um pouco os visuais e focar menos nas batalhas, vez ou outra.
Pontos de atenção
Rise of the Ronin agradou no enredo, na gameplay e nas diferentes possibilidades para evoluir. Há um contexto histórico bem explorado em meio a locais reais, além de um desenvolvimento gradual e diversificado, sendo possível traçar seus caminhos da forma que achar melhor.
O título garante um arco principal bem construído, mas garante a liberdade do jogador para explorar, refazer sua árvore de habilidades, combater como preferir, assim como estreitar seus laços em meio à situação política envolvendo o Xogunato e a chegada dos imperialistas. Isso, claro, sem deixar de lado desde momentos fofos com bichinhos pelo mapa até duelos sangrentos com cabeças voando e muito sangue.
Apesar dos elogios, é preciso pontuar que, para um jogo de R$ 349,90 e exclusivo do PS5, a expectativa era maior em relação aos gráficos. Mesmo na opção que prioriza os visuais, há sobreposição de camadas com frequência, texturas pouco definidas e uma qualidade inferior em relação a outros lançamentos do console. O mar em Rise of the Ronin, parte importante do mapa ao longo da trama, parece liso e com um reflexo pouco verossímil da lua, por exemplo. Isso sem falar da estética embaixo d'água, bem fraca para um jogo da atual geração.
A mecânica do jogo também é um pouco robótica nas interações com NPCs, lembrando inclusive Starfield, que chegou a ser criticado por isso em seu lançamento. Já o jogador passa por situações como bugs ao seguir o caminho automático de cavalo, obstáculos que não permitem um salto comum como acontece em paredes retas, apesar de não serem pontudos ou altos demais, entre outros exemplos.
Vale lembrar que o TechTudo testou uma versão prévia do game que fica disponível para o público geral a partir desta sexta-feira (22). Portanto, atualizações podem corrigir algumas das situações vistas na análise.
Portanto, se você busca um game divertido e que faça você ficar horas explorando e desafiando samurais sem muita preocupação com gráficos hiperrealistas, Rise of the Ronin é um título e tanto. Além disso, o modo cooperativo em missões conjuntas vai somar e tanto na experiência, tanto quanto a história bem desenvolvida e as muitas opções de caminho.