Review: Avell Storm X RTX 4090 é sonho de consumo gamer, mas preço desanima

Tamanho poder de fogo, no entanto, tem um custo altíssimo. No site da marca, os modelos partem de R$ 26.999 na versão mais modesta, podendo chegar a R$ 34.797 nas opções mais caras. Mas será que o Storm X consegue justificar os valores com a performance? É o que você vai descobrir nessa análise. Confira, a seguir.

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• Placa de Vídeo: NVIDIA GeForce® RTX 4090 (16GB GDDR6)
• Processador: Intel® Core™ i9-13900HX Raptor Lake (36MB cache, 3.9GHz ~ 5.4GHz Turbo Boost Max 3.0)
• Memória RAM: 32GB [2x 16GB - Dual Channel] Memória DDR5 (4800 MHZ). Expansível até 64 GB
• Armazenamento: SSD M.2 NVME 1TB - Geração 4 - [ 7.000 MB/s ]
• Tela: 17" WQXGA (2560x1600p) 16:10 - 240Hz / Matte / Contraste: 1000:1 / Brilho 350 cd/m²
• Sistema: Original Windows 11 Home/Pro
• Wireless: Intel® AX201 - Dual Band 2.4GHz, 5GHz (160Mhz) 2.4 Gbps + Bluetooth 5.2
• Alimentação: 20.0V, 14.0A, 280W, Peso: 890g
• Teclado: Teclado Mecânico Cherry MX – Retroiluminado em RGB por tecla com teclado numérico integrado – Padrão ABNT2
• Bateria: 4 células - 62.32 Wh. 4100mAh
• Chipset integrado

Se eu, que escrevo essa análise, fosse definir o design do Storm X em apenas uma palavra, certamente seria “robusto”. O computador, que tem tela de 17 polegadas e pesa mais de 2 kg, pode causar estranheza em que está acostumado com máquinas voltadas para a portabilidade, como o Lenovo Yoga 9i ou mesmo MacBooks. A espessura de 3,5 cm também chama atenção, mesmo não sendo exatamente uma novidade entre os computadores gamer.

Ainda assim, o Storm X é um computador que faz questão de te lembrar o tempo inteiro que se trata de uma máquina que requer um alto investimento. Mesmo se tratando de um PC gamer, o notebook tem um visual sóbrio, com carcaça de alumínio e um corpo em polietileno de alta densidade, conforme informado pela Avell.

O fato é que, fora o tamanho e os largos coolers localizados nas laterais e na parte traseira, em pouco ele se denuncia como uma máquina gamer. Eu, que particularmente não sou fã da estética colorida, cheia de luzes RGBs e neon, prefiro equipamentos mais sóbrios nesse sentido – mas isso vai de cada um.

As cores, entretanto, ainda fazem parte do visual do teclado mecânico retroiluminado e em franjas na parte de trás do PC – e elas são ainda mais brilhantes do que eram no primo mais velho do Storm X, o C65 HYB, lançado em 2022. A boa notícia é que, como acontece na linha mais antiga, é possível alterar o padrão por meio de um software interno do PC para torná-las menos… coloridas, talvez?

Seja qual for a escolha, o visual do PC é bem bonito e o teclado orna bem com o largo touchpad de vidro. Aliás, vale ressaltar que, em comparação com o C65, o Storm X tem teclas mais macias e maleáveis, mesmo que elas sejam mecânicas. Embora ainda sejam barulhentas, isso torna o PC mais versátil e até estimula o uso para outros aspectos além das jogatinas em si.

Quanto à conectividade, o Storm X tem três entradas USB-A, sendo duas delas 3.1 e a outra, 3.2. Há, também, uma entrada para USB-C ou Thunderbolt 4, uma para cabo de rede RJ-45, duas conexões P2 para fone e microfone, além de leitor de cartão SD e uma saída HDMI. O Storm X também tem conexão para o Ice Mod Gen2, cooler específico para notebooks da marca, além de suporte ao Bluetooth 5.2 e Wi-Fi 6.

Embora a Avell venha se destacando no cenário como uma marca que constrói computadores sólidos voltados para o alto desempenho, o mesmo não pode ser dito sobre o sistema de som das máquinas da empresa – apontado, inclusive, como o “calcanhar de Aquiles” por diversos usuários e avaliadores.

Com o Storm X, isso não é diferente: o PC dispõe apenas de dois alto-falantes simples, localizados na parte de baixo da máquina, que deixam a desejar na potência. A Avell não informa a potência deles. Entendo que esse não é o foco do computador e que a empresa espera que os usuários usem fones de ouvido, mas pelo menos a localização dos alto-falantes é algo que, ao meu ver, deveria mudar. Afinal, além de ser baixo, o som fica abafado em praticamente qualquer situação.

Já quando o assunto é a tela, o panorama muda da água para o vinho. Como dissemos, são 17 polegadas com tecnologia WQXGQ (2560 x 1600) em formato 16:10. Além disso, o display tem taxa de atualização de 240 Hz, brilho de 350 cd/m² e contraste de 1000:1.

A Avell não informa o painel utilizado e nem o padrão sRGB do computador, mas as demais configurações são o suficiente para exibir cores vívidas e limpas, o que fica ainda mais latente em jogos cuja paleta de cores seja mais aberta. Além disso, é necessário falar sobre a fluidez das animações – seja isso em cenas de tiroteio em games ou simplesmente passando o mouse pelo computador. Simplesmente fantástico.

Vale ressaltar, ainda, que apesar de carecemos dessa informação oficial, a tela do Storm X não distorce as cores quando colocada de lado. Na verdade, a qualidade nas cores é tão boa que parece que a tela tem tecnologia OLED. Seja jogando ou vendo vídeos no YouTube, as cores são realmente de encher os olhos. Entretanto, vale sempre ressaltar: caso o intuito seja trabalhar com softwares de edição e a fidelidade de cores seja primordial, vale sempre optar por um computador com sRGB declarado – ou pelo menos, ter monitor que faça isso.

O Storm X RTX 4090 tem potência o suficiente para rodar jogos pesados sem engastar. Fazendo testes simples para avaliar a capacidade de processamento do computador, não tivemos absolutamente nenhum travamento. Isso se estendeu desde tarefas pouco exigentes, como ver vídeos no Youtube e usar o Google Docs, até a utilização de softwares mais pesados, como o Adobe Premiere. Durante a utilização do editor de vídeos, também abri o Adobe Photoshop, que também requer uma boa capacidade de processamento, mas o computador se portou como se eu estivesse abrindo o Paint – ele nem mesmo acusou.

Uma vez feitos os testes iniciais, chegou o momento de avaliar a performance utilizando games – e os meus escolhidos foram The Last of Us Part I e Red Dead Redemption 2, ambos pesados, com texturas detalhadas e que, certamente, não rodam bem em qualquer computador. No primeiro deles, a performance do Storm X foi de tirar o chapéu. TLOU rodou sem que eu mexesse nas configurações originais (majoritariamente no alto e ultra, vale ressaltar), com uma taxa estável de 85 fps.

Até mesmo em momentos onde houve explosões e diversos inimigos na tela, o jogo continuou fluido e sem engasgar. Isso sem mencionar o fato de que estava absolutamente lindo, sobretudo em termos de sombras e reflexos. O ray-tracing da Nvidia ficou habilitado o tempo inteiro e, aos meus olhos, chegou a gerar reflexos em poças d’água e vidros. Vale lembrar que a versão para PC de The Last of Us é o remake lançado em 2022 e que tem, na minha opinião, os gráficos mais bonitos da nova geração.

A performance apenas caía se eu tirasse o computador da tomada – algo absolutamente normal. O único indicativo de que um game de quase 100 GB estava rodando com essa performance no PC era o fato dele esquentar – e muito – durante a execução. A função de fan boost ajuda, mas mesmo assim, tudo continua quente.

Já o jogo da Rockstar, no entanto, não foi tão impressionante no PC. Evidentemente, por se tratar de um mundo aberto, rodar Red Dead Redemption 2 pode ser um desafio ainda maior do que TLOU. O game, que tem cerca de 150 GB de memória, foi lançado com problemas de otimização que não foram completamente corrigidos.

Isso fez com que eu tivesse que diminuir a resolução para o Full HD (1920 x 1080) para que conseguisse rodar acima dos 60 fps. Também foi necessário mexer em algumas configurações gráficas, como volume de pessoas e densidade de vegetação. No fim, foi possível jogar – mas definitivamente, não da forma e com a fluidez que eu, que escrevo essa análise, esperava.

Notebooks gamer costumam ter um alto gasto energético, uma vez que eles precisam ser muito potentes para reproduzir jogos pesados com fluidez. Tanto é que, como mencionei anteriormente, se o usuário tentar jogar com ele fora da tomada, a performance cai – afinal, na bateria, a máquina acaba tendo que redirecionar a potência. Por isso, a autonomia costuma ser baixa quando comparada a computadores voltados para produtividade.

Com o Storm X, isso não é diferente: fora da tomada, o computador leva cerca de duas horas para descarregar. E esse tempo diminui se o usuário executa programas que exijam mais do processamento. O ideal é que ele seja usado na energia para garantir a eficiência enquanto reproduz jogos. Não à toa, o PC vem acompanhado de uma fonte monstruosa de 280 W que pesa quase 1kg.

O Avell Storm X 4090 é uma máquina topo de linha e que tem poucos concorrentes diretos no mercado brasileiro. Correndo em um patamar inferior, há o Acer Predator Triton e o Dell Alienware m16, que têm placas de vídeo menos potentes que a RTX 4090 e, no primeiro caso, menos memória RAM também. Os notebooks também são menores, no entanto, custam valores na faixa dos R$ 15.000, o que é a metade do preço de um Storm X RTX 4090.

Já o Lenovo Legion Pro 5i já tem um Core i9-14900HX de 14ᵃ geração, mais atual do que o do computador da Avell. Contudo, a placa de vídeo usada é a RTX 4070, que também é menos poderosa. O Legion Pro também é um pouco menor e mais barato que o Storm X, e sai por R$ 19.799 no site oficial da Lenovo.

O concorrente direto do Avell no mercado brasileiro é, atualmente, o Asus ROG Strix SCAR 18, computador lançado em 2024, com o i9-14900HX e a mesma RTX 4090. O preço, nesse caso, é bem semelhante, visto que o computador da Asus chega a custar R$ 29.699 nas mesmas especificações. Além disso, a tela do Asus, que tem 18 polegadas, é maior do que a do Avell.

Ao final da minha experiência de teste com o Avell Storm X RTX 4090, ficou evidente que a máquina é um excelente computador voltado para um público que gosta de curtir jogos na maior qualidade possível. Contudo, como pontuamos ao longo dessa análise, isso custa caro – demais, até.

Um Avell Storm X RTX 4090 como o testado pelo TechTudo custa R$ 34.797 reais. Considerando o valor das peças separadamente, talvez esse gasto não fosse tão diferente caso o usuário quisesse montar um desktop de capacidade semelhante. Entretanto, é sempre válido ressaltar que há alternativas que também permitem jogar em alta performance gastando menos.

Para quem não tem como fazer um investimento tão significativo, há sempre a opção de recorrer aos consoles como PlayStation 5 (PS5) e Xbox Series X – economizando assim, quase 80% do valor. Também é possível montar um desktop menos poderoso que o Storm X, porém mais parrudo que um videogame. Ou mesmo comprar um modelo potente, mas com valores mais acessíveis, como o AlienWare e o Acer mencionados. A diferença, em termos de especificações, não é tão significativa assim.

Evidentemente, essa é uma decisão que vai depender do quanto cada um está disposto a investir. Mas se o valor não desestimula, a compra é válida. Não há dúvidas de que Storm X vai oferecer o que há de melhor em potência e desempenho.