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Por Raquel Freire, para o TechTudo


A luz azul emitida por celulares, computadores e TVs danifica também a pele do rosto, e não apenas os olhos. É o que apontam alguns estudos recentes, que mostram diversos prejuízos da luz de maior energia no espectro visível, também chamada de HEV pela sua sigla em inglês (high-energy visible).

O principal efeito negativo para o rosto é o envelhecimento precoce, provocado pelo fato de que a luz quebra o colágeno e elastina da pele. As pesquisas foram debatidas por dermatologistas entrevistadas pelo site especializado CNET.

Luz azul emitida por telas prejudica também a pele do rosto, além dos olhos, apontam estudos — Foto: Divulgação/QD Vision
Luz azul emitida por telas prejudica também a pele do rosto, além dos olhos, apontam estudos — Foto: Divulgação/QD Vision

Os dados sobre os efeitos da luz azul são recentes e, por isso, ainda pouco numerosas. Um resultado mais preocupante, no entanto, foi verificado por cientistas do departamento de dermatologia do hospital universitário Charité — Universitätsmedizin Berlin, em Berlim, Alemanha.

Eles realizaram um estudo, em 2015, mostrando que a luz azul pode gerar espécies reativas de oxigênio. Essas espécies consistem em moléculas instáveis que contêm oxigênio e reagem com outras moléculas, ​​danificando as células da pele por meio da quebra de colágeno e elastina.

TV OLED emitindo luz azul — Foto: Reprodução/Engadget
TV OLED emitindo luz azul — Foto: Reprodução/Engadget

A doutora Michele Farber, do Schweiger Dermatology Group, e a médica dermatologista Marie Hayag, ambas de Nova York, afirmam que a geração de espécies reativas de oxigênio é particularmente preocupante porque elas danificam o DNA. O resultado desse processo é flacidez, rugas e envelhecimento acelerado.

Um outro estudo, de 2020, sugere que a luz azul pode causar mudanças na pigmentação da pele. A dermatologista Marie Hayag aponta ainda outros efeitos negativos para a cútis: a luz induz o estresse oxidativo, que pode levar à inflamação e à degeneração do colágeno; enfraquece a camada mais externa da pele, prejudicando sua recuperação das agressões diárias; contribui para o fotoenvelhecimento.

A luz azul é uma luz visível de 380 a 500 nanômetros, enquanto as outras luzes visíveis ficam abaixo do espectro eletromagnético. "A alta energia da luz azul dá a ela a capacidade de penetrar mais profundamente na derme do que os comprimentos de onda com energia mais baixa", conforme explicou a doutora Michele Farber.

Como se prevenir?

A solução ideal é reduzir o tempo diante das telas, mas, por conta de trabalho e estudo, nem sempre isso é possível. Por isso, uma das recomendações das especialistas é manter ativado o modo noturno, que bloqueia a luz azul e deixa o display mais alaranjado — diferente do modo escuro, que troca as cores claras da tela por escuras, buscando maior conforto visual.

No entanto, vale lembrar que a função se mostrou ineficaz para a melhora da qualidade de sono por uma pesquisa publicada no ano passado. Ainda assim, as médicas entrevistadas pelo CNET recomendam o filtro para amenizar os efeitos nocivos para a pele.

Filtro de luz azul em celulares Samsung — Foto: Paulo Alves/TechTudo
Filtro de luz azul em celulares Samsung — Foto: Paulo Alves/TechTudo

Outra dica importante é usar protetor solar diariamente, mesmo para ficar trabalhando na frente do computador. Os ingredientes químicos do filtro não agem sobre a luz azul, mas os bloqueadores físicos, como dióxido de titânio e óxido de zinco, sim. Os protetores com cor são ainda melhores nessa tarefa, pois geralmente contêm óxido de ferro, que aumenta o espectro de luz bloqueada.

Com informações de CNET e NIH

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