O Galaxy Z Flip 4 faz parte da geração 2022 de celulares Samsung com tela dobrável. A fabricante segue apostando neste formato, para continuar concentrando um – pequeno, é verdade – mercado que ela praticamente domina sozinha. O novo smartphone custa US$ 999 nos Estados Unidos, o que dá por volta de R$ 5.080. O preço no Brasil será anunciado em 23 de agosto num evento local. Até lá, a curiosidade entre os fãs de tecnologia só faz crescer: como é usar o novo Flip?
Dá para dizer que a empresa fez importantes avanços em relação ao Galaxy Z Flip 3, de 2021. Eu estou com uma unidade de teste que foi emprestada pela Samsung durante o evento Unpacked 2022, em Nova York. Logo de cara, posso te dizer que o smartphone não deve em nada a outros telefones com ficha técnica intermediária e premium à venda no mercado. Vem comigo entender as primeiras impressões.
Confira tudo sobre o lançamento do Galaxy Z Flip 4
Como nem todo mundo teve a experiência de usar um celular dobrável, o primeiro ponto é de que as telas permanecem as mesmas do Flip 3. No Flip 4 há um display externo de 1,9 polegada dedicado a ações rápidas. Sabe aquela consulta às notificações, a verificação da previsão do tempo ou o início de um timer na hora de cozinhar? Este seria o apelo do produto. A nova geração permite até mesmo responder mensagens e responder ligações na telinha – pena que o WhatsApp não é compatível com a função.
Já a tela interna – dobrável, feita de vidro – tem 6,7 polegadas. Ambas trazem alta definição, excelente construção e revestimento Gorilla Glass Victus Plus, o mais poderoso da Corning Glass.
Apps abertos na tela externa automaticamente ficam grandes quando o usuário desdobra o telefone. Parece que os engenheiros da marca verdadeiramente se preocuparam com o fator de continuidade para o que a pessoa faz no smartphone.
Marcam presença o Modo Flex e a FlexCam. Digamos que você esteja na câmera e deixe o telefone entreaberto (90 graus) na hora de tirar uma selfie. A metade de cima trará a prévia do registro, enquanto a parte de baixo terá alguns controles rápidos. É uma maneira de justificar a nova tecnologia.
Outra vantagem é poder tirar fotos em virtualmente qualquer lugar. Como a tela fica entreaberta em diversas posições, dá para colocá-lo sobre uma lixeira e fotografar a paisagem da Times Square – conforme vi nesta viagem de trabalho.
Isso é suficiente para atrair novos consumidores? Imagino que não, mas o Galaxy Z Flip 4 vai além da funcionalidade. Os sul-coreanos deixam muito claro que a intenção é produzir uma peça de desejo, um sonho de consumo.
O Flip 4 parece resolver problemas do passado para superar o pé atrás de parte da clientela. Por exemplo, a câmera principal agora captura 65% mais luz. Este é um avanço importante diante das queixas vistas no antecessor Galaxy Z Flip 3. Ainda não foi possível testar o smartphone dobrável nestas condições, mas, do ponto de vista técnico, estamos falando de um salto importante.
Até mesmo a autonomia de uso foi endereçada pela gigante sul-coreana. A bateria pulou de 3.300 mAh para 3.700 mAh, indicativo de que o aparelho ficará mais tempo ligado longe da tomada. Permanecem as funções de recarga rápida (com e sem fio), bem como a possibilidade de ativar o Wireless PowerShare, que reabastece outros aparelhos próximos apenas com contato entre eles.
A ficha técnica do novo Flip não deixa a desejar. Estamos falando de um processador Snapdragon 8 Plus Gen 1, da Qualcomm, que tem feito bonito no universo Android. Os telefones mais rápidos da atualidade trazem o componente. Anda há memória RAM de 8 GB.
Nas nossas experimentações iniciais, o Galaxy dobrável não apresentou engasgos nem travamentos. Ele simplesmente funciona, como deveriam ser todos os telefones. Resta saber se o desempenho se manterá conforme passarem meses ou anos.
Trocando em miúdos, o Flip tem hardware e software para atender a todos os públicos. Seu charme está no formato: fica pequenino no bolso da calça, quando não é necessário, e aumenta quando o usuário necessita de informações completas sobre o que quer que seja.
Não há dúvidas de que a Samsung inovou ao conseguir dobrar vidro e componentes eletrônicos para produzir uma tela nestes moldes. A empresa investiu nisso por uma década e atualmente não tem reais concorrentes, ao menos no Ocidente. É diferente e interessante manusear um telefone assim.
Diferente porque você precisa reaprender as horas de consultar a tela pequena ou migrar para a grande. Interessante porque te permite policiar melhor o uso do smartphone.
Algumas pessoas ainda argumentariam que o dobrável te permite expressar melhor seu estilo de vida por dialogar com a vanguarda da indústria. E não restam dúvidas de que, ao escolher um smartphone, nós também estamos colocando a nossa visão de mundo.
Minha conclusão é de que o Flip conquistou seu espaço ao longo dos anos e passou por importantes melhorias na geração de 2022. Está melhor no que ainda gerava reclamações e permanece imbatível neste formato que somente a Motorola seria capaz de desafiar com o Motorola Razr, mas que parece ter cochilado enquanto a rival sul-coreana nada de braçada.
Faz sentido pagar mais para ter a tecnologia mais recente? Nesta hora vale a decisão soberana do consumidor. Fato é que o Flip 4 preenche praticamente todas as exigências técnicas.
Algumas notinhas antes de terminar
- O Galaxy Z Flip 4 é compatível com internet 5G
- A tela interna tem 120 Hz, ótima notícia para adeptos de games no celular
- Pesa apenas 187 gramas, bem pouco
- Toda a construção do celular passa a sensação de firmeza, inclusive a dobradiça
- Não tem Samsung Dex embarcado
- Roda Android 12 e One UI 4.1.1
- A nova geração do Fold também foi revelada pela empresa; o Galaxy Z Fold 4 tem tela dobrável que o transforma num tablet.
O jornalista viajou para Nova York a convite da Samsung