Bitcoin e moedas virtuais
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Por Gabriel Pereira, para o TechTudo


Conforme aumenta a popularidade do mercado de tokens não fundíveis (NFTs), mais o segmento se torna alvo de cibercriminosos. Segundo análise feita pela empresa de segurança digital ESET, golpes de phishing aplicados em servidores do Discord e por meio de sites falsos são comuns nesse meio. Falsos leilões e manipulação de mercado também não são raros e podem ocasionar prejuízos milionários aos investidores. Além disso, ao comprar um NFT em marketplaces duvidosos ou comercializados por golpistas, o usuário corre o risco de ter os dados de sua carteira virtual expostos.

Qualquer comprador pode ser vítima dessas fraudes. Em 2022 o ator Sett Green sofreu um golpe após acessar uma página falsa e perdeu quatro NFTs de sua coleção, obtendo um prejuízo de mais de R$ 850 mil. Pensando nisso, o TechTudo listou seis golpes comuns com NFTs. Confira, nas linhas a seguir, como funcionam as táticas dos criminosos e como se proteger.

Lista reúne seis golpes comuns com NFT e como se proteger — Foto: Unsplash
Lista reúne seis golpes comuns com NFT e como se proteger — Foto: Unsplash

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1. Golpes por meio de mensagens diretas no Discord

O Discord, assim como o Twitter, está entre as plataformas mais utilizadas pelos compradores de criptoativos. Lá há uma série de comunidades dedicadas ao compartilhamento de informações sobre NFTs e criptomoedas. Além disso, a plataforma permite a troca de mensagens privadas entre os usuários, o que facilita o contato do golpista com pessoas desatentas.

Não por acaso os golpes mais comuns acontecem por meio do compartilhamento de links, seja por mensagens diretas (DMs) ou nos próprios servidores do Discord. O golpista pode, por exemplo, se passar por um desenvolvedor e pedir apoio para seu projeto, ou mandar um link para a compra de um NFT mais barato que o convencional, atraindo as vítimas para uma página falsa.

Servidor da Fractal no Discord — Foto: Reprodução/Gabriel Pereira
Servidor da Fractal no Discord — Foto: Reprodução/Gabriel Pereira

Em dezembro de 2021 criminosos hackearam um dos bots utilizados no servidor da Fractal e divulgaram o link para uma postagem que prometia um drop de 3.333 NFTs. No entanto, para cada visitante da falsa página, era exigido o envio de 1 Sol, token utilizado pela Solana e que valia cerca de US$ 187,00 (R$ 1.063,00, na cotação da época). Mais de 373 usuários foram enganados, e o prejuízo total chegou a US$ 150 mil.

2. Sites falsos

A criação de sites falsos é uma estratégia muito utilizada por hackers para coletar informações pessoais das vítimas. Chamado de phishing, esse tipo de golpe também é comum no mercado de criptoativos: criminosos publicam páginas que são cópias muito semelhantes de lojas de NFT e carteiras digitais, por exemplo.

Site falso se faz passar pelo conhecido marketplace OpenSea — Foto: Divulgação/ESET
Site falso se faz passar pelo conhecido marketplace OpenSea — Foto: Divulgação/ESET

É possível reconhecer uma página falsa a partir de algumas pistas. O domínio é uma delas: sites falsos costumam usar URLs semelhantes às originais, mas com algumas alterações na grafia (letras trocadas ou duplicadas, por exemplo) e terminações pouco usuais, como .biz e .net.

3. Golpes de leilão

Os leilões de tokens não fungíveis são como os leilões de peças artísticas. A diferença é que, nos leilões de NFTs, os pagamentos geralmente são efetuados com criptomoedas. A escolha do ativo digital é feita pelo pagador, o que abre uma brecha para que seja aplicado um dos golpes mais comuns nesse ramo.

Funciona assim: o golpista faz uma proposta de determinado valor em criptomoeda e, sem que o vendedor perceba, ele troca a criptomoeda por outra de valor inferior no momento do pagamento. Para não cair nos chamados bidding scams, a recomendação é verificar a criptomoeda utilizada no momento da proposta e não aceitar um valor menor ao vender um NFT, assim como não comprá-lo por um valor maior.

4. Perfis falsos

Criminosos usam a imagem de artistas e colecionadores famosos para criar contas fake em marketplaces de NFTs e promover falsos projetos — não só de tokens não fungíveis, mas também de lançamentos de criptomoedas. Eles também podem anunciar coleções famosas bem abaixo do preço comum, com o objetivo de atrair a atenção dos entusiastas mais leigos.

Criminosos se passam por artistas em marketplaces de NFT para aplicar golpes — Foto: Picture Alliance/Getty Images
Criminosos se passam por artistas em marketplaces de NFT para aplicar golpes — Foto: Picture Alliance/Getty Images

Alguns artistas e marcas já tiveram sua imagem utilizada indevidamente para venda de NFTs. Em 2021 o artista Tyler Hobbs, criador da coleção Findeza, denunciou a plataforma SolBlocks por vender imitações de seu trabalho criadas através de seu código, mas sem sua permissão.

Apesar de as contas falsas serem bem semelhantes às originais, é possível notar algumas diferenças entre o perfil falso e o verdadeiro. Detalhes como nome escrito de forma diferente e ausência de verificação são bons indicativos de que a conta é fraudulenta.

5. Rug pull

Em tradução livre, rug pull significa “puxada de tapete” e acontece quando os criadores abandonam um projeto financiado, mas ficam com o dinheiro que foi investido. Esse tipo de golpe é comum em corretoras de criptoativos descentralizadas, onde qualquer um pode adicionar sua própria moeda virtual, sem a necessidade de uma entidade mediadora.

Moedas alternativas, "moedas memes" ou moedas recém criadas têm maiores chances de serem golpes do tipo rug pull — Foto: Reprodução/Gabriel Pereira
Moedas alternativas, "moedas memes" ou moedas recém criadas têm maiores chances de serem golpes do tipo rug pull — Foto: Reprodução/Gabriel Pereira

Assim, os desenvolvedores inflam o valor do criptoativo — seja ele uma criptomoeda ou um NFT —, o que atrai a atenção de investidores que buscam uma nova tendência no mercado. Quando a moeda atinge determinado valor de investimento, os desenvolvedores somem com todo lucro, gerando um grande prejuízo ao financiadores.

6. Pump & dump

Pump & dump pode ser traduzido como “inflar e largar”. Trata-se de uma prática relativamente antiga, que foi importada do mercado de ações para o mundo dos criptoativos. Funciona assim: o golpista compra uma grande quantidade de NFTs para gerar um aumento artificial na demanda e, desta forma, aumentar o valor do token. Acreditando que o preço vai subir ainda mais e que encontrou uma grande oportunidade de negócio, a vítima compra o item, muitas vezes motivada pela recomendação de influenciadores digitais.

Acontece que, uma vez que o valor dos NFTs aumenta, os golpistas se desfazem de todos os seus ativos e conseguem lucro significativo sobre eles, deixando as vítimas com NFTs sem valor algum. Nesses casos, a recomendação é ver o histórico de transações antes de fazer uma compra e se certificar de que realmente há vários investidores.

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