Sony, Microsoft e Nintendo dominam o mercado de jogos atualmente, com seus consoles PlayStation 5 (PS5) e PlayStation 4 (PS4), Xbox Series X, Xbox Series S e Xbox One, além do Nintendo Switch. As gigantes competem entre si no meio gamer e, apesar de serem lembradas por seus grandes títulos e videogames poderosos, também se envolvem em polêmicas com alguma frequência, agitando tanto o mercado quanto seus fãs, seja a favor ou contra essas ações controversas. Pensando nisso, o TechTudo separou algumas das maiores polêmicas envolvendo PlayStation, Xbox e Nintendo nos últimos 10 anos.
Apesar de normalmente as empresas serem lembradas por seus grandes games lançados, ocasionalmente elas se envolvem em grandes polêmicas que agitam tanto o mercado quanto seus fãs, seja a favor ou contra suas atitudes ou mudanças. Relembre algumas das maiores polêmicas envolvendo PlayStation, Xbox e Nintendo nos últimos 10 anos.
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A lista a seguir está dividida entre cada uma das 3 companhias, com 4 momentos polêmicos sobre cada uma das fabricantes nos últimos anos. Entre eles estão alguns casos envolvendo defeitos técnicos, informações que chegaram distorcidas aos consumidores e mudanças em políticas da empresa que causaram revolta.
Algo em comum entre Sony e Microsoft são as polêmicas envolvendo demissões em massa de empregados, algo que não ocorreu na Nintendo. Vale lembrar que, no caso da gigante japonesa, durante momentos de baixas vendas, o falecido presidente da companhia japonesa, Satoru Iwata, afirmou que preferia cortar seu salário em 50% ao invés de demitir empregados.
- Sony
1. Suspeitas de superaquecimento e danos ao console
O PlayStation 5 (PS5) foi lançado em novembro de 2020 como um console que pode ser utilizado tanto na horizontal quanto na vertical e, de acordo com o vice-presidente de design mecânico da Sony, Yasuhiro Ootori, não há diferença em seu resfriamento de acordo com a posição. Em setembro de 2022, no entanto, surgiram preocupações de técnicos em consertos de videogame e de um YouTuber chamado TheCod3r, afirmando que haveria uma falha no design do console. Segundo eles, usar o modelo na vertical poderia fazer com que o metal líquido utilizado para resfriar a unidade de processamento se concentrasse na parte de baixo e causasse superaquecimento, curtos, danos à unidade e até mesmo vazar para a placa-mãe.
Em janeiro de 2023 o YouTuber de tecnologia Spawn Wave afirmou que não há motivo para se preocupar e que o design do console reduz as chances desse defeito. Ele não descartou que alguns consoles defeituosos possam apresentar problemas, mas em pequena quantidade. Atualmente, usuários ainda têm essa preocupação com a possibilidade de o console superaquecer, o que se intensificou após o lançamento de Final Fantasy XVI, em junho de 2023, que fez alguns consoles desligarem sozinhos pela alta temperatura.
2. Demissão em massa de 900 funcionários
Um problema infelizmente comum na indústria de jogos são as demissões em massa que acontecem em várias empresas. Em fevereiro de 2024 a Sony Interactive Entertainment anunciou que iria demitir 900 pessoas através de vários estúdios da empresa, incluindo alguns dos mais importantes, como a Insomniac Games, de Marvel's Spider-Man 2, a Naughty Dog, de The Last of Us 2, e a Guerrilla Games, de Horizon: Forbidden West. Também foram fechados por completo os estúdios da Firesprite, que trabalhava em games de realidade virtual como Horizon Call of the Mountain, e o PlayStation London Studio, responsável pela série Singstar.
Segundo rumores o fechamento dos estúdios acompanhou o cancelamento de vários títulos em desenvolvimento, supostamente games como serviço, nos quais a empresa aparentemente não terá mais tanto foco. Entre os cancelamentos estavam o game multiplayer de The Last of Us, que chegou a ser oficialmente anunciado antes, e um game multiplayer do Homem-Aranha pela Insomniac Games, cuja existência apenas veio à tona devido a um grande vazamento na produtora em dezembro de 2023.
3. Conta PSN para Helldivers 2 no PC
Uma das mais recentes polêmicas da Sony com uma imensa repercussão negativa foi a exigência de que usuários tivessem uma conta da PlayStation Network (PSN) para jogar Helldivers 2 no PC pelo Steam. Helldivers 2 é um game de tiro multiplayer lançado em 8 de fevereiro de 2024 e o primeiro título do PlayStation 5 (PS5) com lançamento simultâneo no PC (Steam). O jogo alcançou um grande sucesso e se tornou um dos mais vendidos pelos últimos meses até um anúncio da Sony no início de maio de que seria obrigatório ter uma conta da PSN a partir de junho.
Os usuários se revoltaram através de um protesto que gerou mais de 100 mil análises negativas no game na loja digital Steam, mudando as avaliações do jogo de "Extremamente positivas" para "Extremamente negativas". O game chegou a ser removido em países onde a PSN não estava disponível oficialmente, causando ainda mais polêmica. A rejeição do público à decisão foi tão grande que a Sony voltou atrás alguns dias depois e as análises foram revertidas para positivas. O gerente de comunidade do game de apelido Spitz, no entanto, parece ter sido demitido da produtora do jogo Arrowhead Game Studio por incentivar o protesto dos usuários.
4. Proibição de venda de jogos usados
Esta é uma polêmica também recente que surgiu em dezembro de 2023 e gerou muita revolta antes de ser esclarecido que a Sony não iria proibir a venda de jogos usados. O caso começou com um vídeo do YouTuber RGT 85 que afirmou ter encontrado uma "nova" cláusula nos Termos de Serviço sobre o uso de Softwares (games) da Sony na Europa proibindo a revenda de games em mídia física. O caso se espalhou com velocidade pelas redes sociais causando revolta.
No entanto, mais tarde foi descoberto que a cláusula não era nova e que já estava em vigor há mais de 10 anos, sem impedir a revenda dos jogos. O então presidente da Sony Computer Entertainment Worldwide Studios na época, Shuhei Yoshida, disse que usuários não precisavam se preocupar com a cláusula e que podiam revender seus jogos livremente, inclusive na Europa. Não se sabe, no entanto, qual a função desta cláusula nos termos de serviço.
- Microsoft
5. Sea of Thieves e outros exclusivos no PS5 e Switch
Em fevereiro de 2024 a Microsoft anunciou que iria lançar vários de seus jogos antes exclusivos dos consoles Xbox e PC para as plataformas rivais PlayStation 5 (PS5) e Nintendo Switch. Assim, games como Sea of Thieves, Hi-Fi Rush, Grounded e Pentiment ganharam datas para chegar às outras plataformas no que parecia ser uma mudança na política multiplataforma da empresa. Apesar disso a Microsoft afirmou que continua a decidir caso a caso sobre o lançamento de títulos em videogames concorrentes.
Mesmo antes do anúncio, as notícias sobre o lançamento de jogos antes exclusivos do Xbox Series X/S nos rivais já havia vazado e era dada praticamente como certa, a ponto de o chefe da Microsoft, Phil Spencer, realizar uma apresentação para falar sobre o assunto e o "futuro do Xbox". O fato de jogos exclusivos serem lançados nos concorrentes levantou muita polêmica entre usuários que viram o movimento como uma forma de a Microsoft "jogar a toalha" na guerra dos consoles.
6. Aumento de preço do Xbox Series S no Brasil
Uma mudança que pegou jogadores brasileiros de surpresa foi o anúncio de que a Microsoft iria aumentar o preço do Xbox Series S no país em quase R$ 1 mil. A notícia do aumento surgiu em outubro de 2023 e logo foi confirmada pela assessoria do Xbox, mas sem uma justificativa convincente. O preço sugerido anterior de R$ 2.649 foi ajustado para R$ 3.599, pouco abaixo do modelo mais potente Xbox Series X que é vendido pelo valor de R$ 4.349. Não se sabe qual foi a motivação da empresa para um aumento tão alto e a forma como o anúncio foi feito de maneira repentina frustrou usuários.
7. Compra da Activision Blizzard por quase R$ 350 bilhões
Esta não foi apenas uma grande polêmica, mas também a maior negociação já registrada na indústria de games. A Microsoft anunciou sua intenção de comprar a Activision Blizzard em janeiro de 2022 por uma soma de US$ 68,7 bilhões, algo em torno de R$ 349 bilhões. A escala da compra da desenvolvedora de Call of Duty: Modern Warfare 3 e Diablo 4 era tão grande que precisou ser aprovada por órgãos de regulamentação de comércio de todo o mundo. A maioria deles aprovou sem ressalvas a aquisição, inclusive o CADE, Conselho Administrativo de Defesa Econômica, do Brasil.
No entanto, a compra ficou travada devido a duas organizações: o CMA, Autoridade de Competição e Mercados do Reino Unido, e o FTC, Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos. Apesar das alegações da Sony de que a compra da série Call of Duty pela Microsoft tornaria impossível competir contra a rival, os órgãos não estavam preocupados com um monopólio nos consoles, mas com o futuro mercado de jogos na nuvem, como o Xbox Cloud Gaming. A compra só foi aprovada após a Microsoft fazer concessões como garantir Call of Duty nos consoles da Sony e Nintendo pelos próximos 10 anos e ceder os direitos de jogos da Activision Blizzard na nuvem para concorrentes como Ubisoft e Nvidia (GeForce Now).
8. Fechamento da Tango Gameworks e Arkane Austin
Uma das polêmicas mais recentes da Microsoft infelizmente envolve o fechamento de 4 estúdios da Bethesda, entre eles dois favoritos do público: a Tango Gameworks, de Hi-Fi Rush, Ghostwire: Tokyo e The Evil Within, e a Arkane Austin, de Redfall, Dishonored e Prey. A lista completa inclui também a Alpha Dog, responsável pelo game mobile Mighty Doom, e a Roundhouse Games, que dava apoio em outros projetos e será absorvida pela divisão de games online da Zenimax, empresa dona da Bethesda. A Microsoft já havia anunciado no início do ano que pretendia demitir 1.900 empregados entre a Activision Blizzard, Bethesda e sua divisão do Xbox.
- Nintendo
9. Defeito de Drift nos consoles Joy-Cons
A maior polêmica sobre o Nintendo Switch, console híbrido lançado pela Nintendo em 2017, estava em um problema de "Drift" envolvendo seus controles Joy-Con. O "Drift" afeta os analógicos de controles modernos de todos os consoles, mas parece ser mais proeminente no Nintendo Switch. Um joystick apresentando o problema costuma registrar movimentos em uma ou mais direções mesmo quando o jogador não está pressionando nada, fazendo personagens andarem sozinhos ou câmeras se moverem involuntariamente.
O problema se tornou tão grande que o Presidente da companhia, Shuntaro Furukawa comentou sobre a questão durante uma reunião com investidores e pediu desculpas por quaisquer inconvenientes causados aos consumidores. Nos Estados Unidos a empresa foi processada em uma ação coletiva em 2019 sobre o mau funcionamento dos Joy-Cons. Logo após o processo a empresa deu início a uma política de garantia na qual se propõe a consertar ou substituir controles com Drift gratuitamente, inclusive no Brasil.
10. Pokémon Scarlet & Violet repleto de bugs no lançamento
Um dos lançamentos mais esperado do Nintendo Switch foi a transição da franquia Pokémon para seu primeiro game de mundo aberto com Pokémon Scarlet e Violet, em novembro de 2022, porém sua chegada não foi como o esperado. Os títulos da produtora Game Freak chegaram ao Nintendo Switch repletos de defeitos e bugs como baixa performance, personagens atravessando uns aos outros, Pokémon presos no cenário, erros de animação e muito mais. A Nintendo chegou a admitir que "alguns jogadores podem encontrar problemas que afetam a performance do jogo", seguido por atualizações constantes para ajustar o game.
11. Críticas de terceirizados sobre ambiente de trabalho
Enquanto empresas como Sony e Microsoft lidam com demissões em massa, a Nintendo costuma ser considerada um bom lugar para trabalhar e tem uma retenção de 98,8% de seus empregados, segundo dados da própria empresa japonesa em 2023. No entanto, essa experiência parece ser válida apenas para empregados fixos, enquanto trabalhadores terceirizados por contrato na Nintendo of America nos Estados Unidos relataram que enfrentam um ambiente tóxico de trabalho, junto com a companhia Aston Carter que administra esses empregados.
De acordo com ex-empregados anônimos, a cultura da empresa começou a mudar em 2015, com muita pressão para que as pessoas fossem produtivas a todo minuto. Segundo relatos, era impossível deixar sua mesa, ir ao banheiro ou deixar o Microsoft Teams ocioso sem que alguém questionasse essa ausência. Eles também mencionaram que as chances de se tornar um empregado fixo na Nintendo diminuíram bastante. Em abril de 2022 foi registrado um processo contra a Nintendo of America por violar a Lei Nacional de Relações Trabalhistas (NLRA) dos EUA, supostamente por ações como vigiar, ameaçar e demitir funcionários que expressassem vontade de formar um sindicato para buscar melhores condições.
O ex-Presidente da Nintendo of America entre 2006 e 2019, Reginald Fils-Aime, disse que não poderia comentar sobre o estado da companhia atualmente, mas que ouviu essas mesmas histórias sobre a divisão entre empregados. Ele afirmou que não foi essa a cultura que havia deixado para trás após se aposentar da Nintendo e que em sua época constantemente contratavam empregados terceirizados como fixos.
12. Processo contra o emulador Yuzu
Um caso polêmico e recente para a Nintendo foi o processo contra o emulador Yuzu, que permitia jogar games do Nintendo Switch no PC. A Nintendo processou a equipe Tropic Haze, responsável pelo desenvolvimento, e ganhou uma compensação de US$ 2,4 milhões, em torno de R$ 12,12 milhões na cotação atual, por conta dos danos causados, além de tomar posse de todas as formas de comunicação do Yuzu, incluindo em serviços como Patreon, GitHub, redes sociais, Discord e mais. A empresa tirou do ar o código dos emuladores Yuzu de Nintendo Switch e Citra de Nintendo 3DS, desenvolvido pela mesma equipe.
Normalmente emuladores não são considerados ilegais, já que apenas simulam um videogame e não fornecem a usuários jogos piratas, o que o jogador precisa obter por conta própria. Ainda assim, a Nintendo utilizou as regras do Digital Millennium Copyright Act (DMCA) para afirmar que a função primária do Yuzu é burlar as proteções da empresa para permitir que usuários acessem conteúdo protegido por direitos autorais. Os criadores do emulador não tentaram rebater a acusação no tribunal e aceitaram as perdas afirmando que nunca tiveram a intenção de piratear jogos.
Com informações de Video Games Chronicle (1, 2, 3, 4 e 5), Polygon (1, 2, 3 e 4), Kotaku (1, 2 e 3), The Verge (1 e 2), Games Radar (1 e 2), IGN (1, 2 e 3), Games Industry (1 e 2), Nintendo (1 e 2), PlayStation, Xbox Wire, Eurogamer, Game Rant, Screen Rant, Wololo, Distractify, Digital Trends, The Sun, Reuters, Insider Gaming, Bloomberg, TheCod3r, Spawn Wave Plus, RGT 85
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